domingo, 29 de maio de 2011
TESTAMENTO
O meu corpo e minha alma entrego à Deus,
Mas o meu coração... Entrego ao Diabo.
Ao Diabo vão todos os meus amores platônicos,
Juvenis, quase imbecis,
Que vivi sempre sem querer.
À Deus vão todas as vezes que não me dei,
Disse não sem saber por quê.
A lista de amantes que nunca tive,
As noites de inveja ao ver Iara se banhar,
Doenças inventadas por pura preguiça.
Tudo é mais humano,
Mais poético e até mais mulher,
Do que um marido no sofá
Ou uma louça suja para lavar.
O Diabo me deixou ser feliz sempre que errei,
Já Deus, ao meu lado nas ressacas do dia seguinte.
Dos dois tenho um pouco
E às vezes nenhum.
Mas não importa o caminho traçado,
O meu coração vai sempre:
Se entregar, errar,
E até enganar,
Toda vez que o amor, de novo, me chamar.
segunda-feira, 16 de maio de 2011
A PRINCESA E O URUBU (2° VERSÃO)
OBS: MUDEI O FINAL ESTE ERA UMA VEZ A PEDIDO DE UMA DOCE AMIGA MINHA.
Era uma vez... Uma princesa.
Uma princesa Serafina
Que passava a tarde inteira,
Todas as tardes
No seu lago a flutuar.
Imaginava ser um pássaro,
Sempre, sempre a voar.
Um dia, certo urubu
Ali passando, pensou:
Eu posso, vou ensinar,
Aquela menina vai voar.
E a ela mostrou tudo
Toda a arte, todo o segredo.
Em um, dois, três dias,
Nas nuvens ela já estava,
Brincando de pula-pula
Dando pirueta no ar.
No entanto, o urubu cobrou.
Ele tinha um preço.
Queria seus braços,
Suas pernas e sapatos.
Como agora ela tinha asas,
Deles não mais precisava.
O urubu muito queria
Com homens a mesa sentar.
Ele estava cansado.
Por todos, era evitado.
Agora seria sua vez
Também seria abraçado.
Serafina ficou com pena.
Tanta... Tanta pena,
Coitado, pobre urubu.
Que não pensou, deu.
Deu seus braços e pernas,
Deu também seu coração.
O urubu, todo excitado
Cego do sacrifício... Doce menina.
Foi do vento, seu abraço agarrar.
Mas o vento estava frio,
Como qualquer outro, o evitava.
O porquê, ele não entendia,
Por que tamanha frieza?
Apenas ali não o queriam.
Então ele voltou para traz
Foi a Serafina perguntar.
Tem algo comigo de errado?
Quando o urubu a viu
Assim no chão, toda estirada.
Seus braços não queria mais,
Posse então a chorar.
E assim finalmente termina
O maior abraço já dado
Por uma doce menina
E um urubu desabraçado.
domingo, 15 de maio de 2011
A PRINCESA E O URUBU
Era uma vez... Uma princesa.
Uma princesa Serafina
Que passava a tarde inteira,
Todas as tardes
No seu lago a flutuar.
Imaginava ser um pássaro,
Sempre, sempre a voar.
Um dia, certo urubu
Ali passando, pensou:
Eu posso, vou ensinar,
Aquela menina vai voar.
E a ela mostrou tudo
Toda a arte, todo o segredo.
Em um, dois, três dias,
Nas nuvens ela já estava,
Brincando de pula-pula
Dando pirueta no ar.
No entanto, o urubu cobrou.
Ele tinha um preço.
Queria seus braços,
Suas pernas e sapatos.
Como agora ela tinha asas,
Deles não mais precisava.
O urubu muito queria
Com homens a mesa sentar.
Ele estava cansado.
Por todos, era evitado.
Agora seria sua vez
Também seria abraçado.
Serafina ficou com pena.
Tanta... Tanta pena,
Coitado, pobre urubu.
Que não pensou, deu.
Deu seus braços e pernas,
Deu também seu coração.
O urubu, todo excitado
Cego do sacrifício... Doce menina.
Foi do vento, seu abraço agarrar.
Mas o vento estava frio,
Como qualquer outro, o evitava.
O porquê, ele não entendia,
Por que tamanha frieza?
Apenas ali não o queriam.
Então ele voltou para traz
Foi a Serafina perguntar.
Tem algo comigo de errado?
Quando o urubu a viu
Assim no chão, toda estirada.
Seus braços não queria mais,
Posse então a chorar.
O urubu obcecado
Por um velho desejo,
Não mediu amigos,
Não mediu conseqüências
Apenas queria...
Queria braços e pernas.
Mas para isso
Perdeu Serafina,
Um amor de menina,
Uma pura amiga...
Agora sem vida.
E foi nesse estado,
Na condição sem condição,
Que ele a deu um abraço,
O seu primeiro abraço.
Para ela, Serafina.
Aquela que o abraçou com vida,
Sua vida pelos abraços do menino.
O maior abraço já dado
Por uma doce menina
E um urubu desabraçado.
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