domingo, 27 de março de 2011

O PÁSSARO E A FLOR



Era uma vez... Um pássaro amarelo
E ele era muito exigente,
Enquanto os outros pássaros iam de flor em flor
Apenas aproveitando o néctar de cada uma
Esse não queria qualquer flor para si.
O pássaro amarelo buscava uma flor sem cortes ou ranhuras
Desejava uma flor perfeita, a mais doce e mais bela.
Aquela que seria digna de seu coração.

O gafanhoto, velho sábio,
Viu aquilo e receoso disse:
Meu querido e amarelo pássaro
Não sabes que a perfeição não existe?
Todos têm defeitos e qualidades.
O que existe é aquela flor que mesmo com todos os defeitos
Irá te encantar e te completar.

O pássaro não deu muita atenção ao gafanhoto,
Achou que ele estava ficando muito velho,
E foi outra flor buscar.

Certo dia ouviu um pássaro verde dizer
Que ouviu de um pássaro azul
E este ouviu de outro pássaro já sem cor
Que existia uma flor no alto de uma montanha.
Especial, única, perfeita
E ninguém nunca tinha conseguido viver
Para de o teu néctar provar.
Logo o pássaro amarelo se animou


E para o alto da tal montanha
Sua jornada começou.
Eram nevasca, fome e medo.
Dentre outros desafios enfrentou.

E quando não havia mais esperanças
O pássaro obstinado pensou
Morri e nunca provei de uma flor.


E neste momento, em algo suave e frágil
Sua asa surrada se apoiou.
Que surpresa! Era uma flor.
A única coisa viva e quente que ali existira.
Deve ser ela a tão imaginada flor.

Mas esta não era nada perfeita.
Possuía inúmeras ranhuras.
Sua cor era simples e apagada.
E mesmo assim, lá estava ela.
Viva e disposta, feliz a sempre enfrentar a montanha.

O pássaro sem escolha
Do seu néctar provou.
Este era quente e aconchegante.
O carinho e dedicação no preparo
Foi sentido pelo agora sofrido cantador.

Não importava a cor ou cortes.
Aquela flor com seu suave néctar
Tocou fundo seu coração.
E foi então que o gafanhoto foi entendido.

A partir daquele dia,
O pássaro amarelo com sua flor branca
Do alto da montanha nunca saíram.
Tal qual você e eu, rosas e jardins.
Eles eram perfeitos um para o outro.

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