Era uma vez... Um violino
Sombrio,
Com suas curvas insinuantes
Suas cordas estéreis
Suas notas perfeitas
Era uma vez um violino
Que a todos se apresentava
Fazíamos dançar, chorar, amar,
E de sua melodia éramos fantoches
O maestro era pequeno
O violinista, mero enfeite
A platéia, dúzias insignificantes
Mas o violino... Ah! Era perfeito
Sua perfeição era um erro
Os deuses não o permitiam
Os mortais de fato não o sentiam
O violino era intocado, sozinho
Para quê um violino tão belo?
Se a natureza está abaixo
Se o amor não o toca
Se a vida não o comporta.
Nenhum comentário:
Postar um comentário