sexta-feira, 6 de novembro de 2015

Um violino


Era uma vez... Um violino
Sombrio, 
Com suas curvas insinuantes
Suas cordas estéreis
Suas notas perfeitas

Era uma vez um violino
Que a todos se apresentava
Fazíamos dançar, chorar, amar, 
E de sua melodia éramos fantoches

O maestro era pequeno
O violinista, mero enfeite
A platéia, dúzias insignificantes
Mas o violino... Ah! Era perfeito

Sua perfeição era um erro
Os deuses não o permitiam
Os mortais de fato não o sentiam
O violino era intocado, sozinho

Para quê um violino tão belo?
Se a natureza está abaixo 
Se o amor não o toca
Se a vida não o comporta.