sábado, 30 de abril de 2011

PECADO



Padre, eu pequei.
E pelo meu pecado
Não espero perdão, penitência
Ou qualquer Pai Nosso.


Estive com a mulher da minha vida.
Passei a noite a observá-la
Cada detalhe ou curva... Decorei.
Paixão... A minha mais louca,
Ontem vivi e me queimei.
Por ela, simplesmente amei.

E quando ela se foi
Eu não disse: eu te amo,
Não a despi nem gritei seu nome
Apenas a abracei
E a deixei ir.

Existe pecado maior?
Agora ela está com outro...

domingo, 10 de abril de 2011

O SAPO E O REI


Era uma vez um sapo...
Um sapo sem cabeça,
Em um trono, sentado.
O leito perfeito
Para um ÚNICO homem
E suas memórias de sapo.


Havia também um quadro,
O retrato de um tal rei vivo
Estava bem perto do trono.
Dependuro... Assim, um sapo degolado.


Uma menina ali sentada,
Toda a cena completava
Agarrada ao vestido
Como o sangue manchado.


Todos na corte estavam acuados
Em um canto do canto,
Bem longe, assustados.


Ninguém rezava ou algo dizia,
Apenas murmuravam.
Foi ela... Foi ela...
Aquela... Com a foice...
Decapitou do sapo, todo o reinado.


Mas por que? Alguém perguntava.
Assim tão doce, tão pequena,
Com lágrimas de uma menina,
Sem as mãos de uma assassina,
Ainda soluçando se explicava:


“Foi o rei... Culpa ele...
Ele me prometeu ser um príncipe
E apenas por isso, o beijei
Mas ele mentiu... Era um sapo.


Papai e mamãe sempre disseram...
Para mentiras e trapaças, ou qualquer ilusão,
Só o fim pela raiz, se refaz um coração.”


E foi assim... Ela se refez e saiu
Com uma cabeça na mão.
Deixando para trás uma profunda lição:


Nunca faça de palavras decepção,
Pois elas tal qual atos,
A ti, um dia retornaram.