domingo, 12 de setembro de 2010

O GUARDIÃO DE MEMÓRIAS (apenas um trecho)




A primeira vez que ele a viu, se sentiu atraído por inteiro. Não sabia bem o porquê, só sabia que era ela, que queria conhecer todos os seus segredos. Helena estava dançando em meio a uma tribo de humanos, parecia especial. Com todas aquelas veste esvoaçantes verdes. Eram roupas típicas da região. Uma blusa simples e sem babados ou decotes, ao contrário das outras que a viam dançar, e mesmo assim não escondia seu busto farto. A saia era longa, sofrida do chão batido, mas seus dois ou três babados pareciam hipnotizar. De pés descalços com apenas uma pulseira e um par de brincos, o que para aquele povo era muito pouco, ela emanava uma energia diferente dos outros, com ela seu espírito vibrava a distância, se sentia livre como aquela dança. Richard mal conseguia sentir os outros espíritos humanos ao redor. Toda a vida daquele planeta parecia dançar ao redor dela. 
Richard deixou essa impressão de lado, achou que estava confuso em meio aquele planeta de sentimentos e vidas tão distintos. Tudo naquele planeta era diferente que qualquer outro que ele já fora. Como tinha de ser, mas este o alimentava de um modo muito confuso. Era incrível a diversidade de memórias, sentidos e direções naquele planeta. E era por isso que ele estava atordoado. Estava apenas se deixando levar pela no planeta. O criador realmente era incrível em sua capacidade de demonstrar sua presença. E aquele lugar lúdico era mais um dos acasos do destino.
Já era de noite, a lua parecia estar tão cheia quanto a que ele viu na primeira noite na Terra. Como ele já havia consumido muitas verdades e lendas sobre os espíritos presos na região, preferiu àquela noite se libertar daquele corpo humano que materializara. Afastou-se daquele grupo de humanos que ainda não o tinham percebido e foi em direção às ruínas onde encontrara uma árvore antiga, aquele parecia ser o espírito ideal para assistir sua transformação. As ruínas daquele lugar eram as únicas testemunhas da presença do espírito livre, além da árvore. Richard agora poderia sentir melhor a vibração ao seu redor. Poderia ir e vir nos pensamentos de qualquer espírito na região.

MEU PRIMEIRO ERA UMA VEZ...



Era uma vez... Um planeta
Um planeta que sabia ler
O que ele não sabia era transformar aquilo que lia em realidade
Isso já estava à volta dele
E só ele que não via.

00h e 59 min  30.08.2008

sábado, 11 de setembro de 2010

DIÁLOGO

Se meus olhos pudessem falar e minha boca dizer, acho que dialogariam algo parecido com isso:



Lenine

A Medida Da Paixão

Composição: Lenine/dudu Falção

É como se a gente
Não soubesse
Prá que lado foi a vida
Por que tanta solidão?
E não é a dor
Que me entristece
É não ter uma saída
Nem medida na paixão...

Foi!
O amor se foi perdido
Foi tão distraído
Que nem me avisou
Foi!
O amor se foi calado
Tão desesperado
Que me machucou...

É como se a gente
Pressentisse
Tudo que o amor não disse
Diz agora essa aflição
E ficou o cheiro pelo ar
Ficou o medo de ficar
Vazio demais meu coração...

Foi!
O amor se foi perdido
Foi tão distraído
Que nem me avisou
Nem me avisou!
Foi!
O amor se foi calado
Tão desesperado
 
Que me maltratou...

Link: http://www.youtube.com/watch?v=N8nyqNwsxrQ&feature=player_embedded 

ROSAS MULHERES



Rosas não são rosas,
Não são brancas nem verdes,
Elas são tudo e não são nada.

São o que são, como as mulheres.
Hora brilham mais que estrelas,
Hora se escondem atrás da porta.

Indecisas, carentes, valentes.
Podem até quando não podem
E quando amam... Bobas, encantam.

Mulheres, rosas, rosas mulheres.
Não importa o nome ou jeito,
Todas ficam na memória,
Marcam a alma.

A JANELA



A janela mostra tudo o que está do outro lado,
Tudo o que vemos, mas não vivemos,
Um horizonte limitado por um quadrado.
Mostra um você sem eu.

Lá não estou, aqui você não está.
No meio existe uma janela,
E a porta se encontrar.

Enquanto não encontra,
Estou na janela a olhar.

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

O POSTE


Era uma vez... Um poste.
Mas não um poste qualquer, esse era especial.
Muito mais alto e resistente que qualquer outro
E sua luz era sempre a que tinha o maior alcance,
Mas esse poste era o mais triste também.

Ele estava sempre triste porque se sentia muito sozinho,
Nenhum outro poste queria se aproximar dele.
O poste acreditava que era por medo.

Certo dia uma mosca madrinha ouviu seus lamentos e resolveu Ajudá-lo.
Vou transformá-lo naquilo que seu coração desejar,
Mas antes saiba você terá direito a apenas um desejo e nada mais
Ele agradeceu e desejou ser o mais frágil e modesto poste que já se viu.

Logo que sentiu a mudança estranhou que os acontecimentos
Ao contrário do que imaginava,
Os outros riam dele agora indefeso.
Com ele, ainda não queriam fazer amizade.

Ele não soube o que fazer
Quando percebeu o real sentimento que afastava outros postes:
Não era medo, era apenas inveja,
E tudo o que fez foi chorar.

Ele tanto chorou que a mosca madrinha voltou.
Voltou e disse: não deveria, mas vou dar mais uma chance,
Mas espero que tenha aprendido uma lição:
Nunca mude por ninguém!
Eles devem aprender a gostar de você como é,
Se não for assim, não gostam de você.

E assim o poste voltou a ser o que era antes
Desta vez, feliz e satisfeito consigo mesmo.

NÁUFRAGO


E sozinho eu fiquei naquela noite fria de luar.
Até hoje espero você me encontrar.
Sou o náufrago sem barco, sem ilha, sem mar,
Apenas a te esperar...

SEMPRE A TUA ESPERA


Madalena estava sentada
Na sala tua espera
Ela esperava, esperava
Enquanto seu vestido esvoaçava

A casa estava calma.
Aberta, mas vazia.
Vá embora, o vento dizia
Já a lua cochichava:ele volta.

Os ratos, sapos e lagartos,
Todos limpavam a casa.
Já as rãs, cobras e aranhas,
Os lençóis estendiam na sala.

Lá fora, o tempo passeava
Os dias vivos iam,
As noites frias vinham.
Mas Madalena... Sempre dentro da casa

Esperava que você pela porta entrasse
E com todo o amor diria:
Peque seu coração de volta
As Asas d’água e os olhos de prata,
Pois anjos livres voam mais.